terça-feira, 22 de setembro de 2009

O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DOS TEXTOS
Kátia Lomba Bräkling



Produzir um texto — por escrito ou oralmente — é uma atividade que não acontece no vazio. Ao contrário, orienta-se por todas as imagens construídas pelo produtor sobre o seu interlocutor, a finalidade colocada para o texto, o lugar social do qual falará, o gênero no qual o texto se organizará, o portador no qual o texto será publicado e o lugar no qual o texto, preferencialmente, circulará.
Todos esses elementos que constituem a situação na qual o texto é produzido influenciam, interferem, determinam as características do texto resultante do processo de produção.
Quer dizer, não falamos ou escrevemos para diferentes pessoas da mesma maneira, ainda que os assuntos sejam os mesmos; as posições que assumimos nos diferentes textos são decorrentes dos lugares de onde falamos ao produzir os textos; as finalidades dos textos que produzimos são decorrentes das necessidades derivadas dos papéis sociais que desempenhamos; os textos que escrevemos não serão os mesmos se pretendermos publicá-los em portadores diferentes; não escrevemos os mesmos textos em diferentes momentos da vida.

Quando alguém está produzindo um texto, ao escrever ou falar, de maneira consciente ou não, orienta a sua produção para a imagem que tem construída sobre o seu interlocutor. Quer dizer, selecionará o tipo de linguagem, o conteúdo, os aspectos do conteúdo mais relevantes, por exemplo, em função dos conhecimentos que acreditar que seu interlocutor possui sobre o assunto e sobre linguagem, em função da relação estabelecida entre ambos — de maior ou menor familiaridade, em função da finalidade que está colocada para o texto. Um especialista em política econômica, por exemplo, poderá fazer uma palestra sobre o mesmo assunto para operários de uma montadora de automóveis e para economistas. No entanto, o texto dessa palestra, certamente, não será o mesmo (pelo menos, não deveria): para os operários, a linguagem não deverá prever a presença marcante do jargão da economia (ao contrário da palestra para os economistas); os conceitos da área envolvidos na exposição serão mais bem explicitados para os operários do que para os economistas (que, em tese, os dominam); os aspectos selecionados serão os mais relacionados com as áreas de atuação de cada segmento; a exemplificação — que, certamente, será diferente no que se refere aos pontos selecionados merecedores de exemplos e detalhamento — também estará mais relacionada com o trabalho desenvolvido por cada um dos segmentos.
Da mesma forma, esse texto será decorrente do lugar social que ocupa cada um dos interlocutores: o especialista em política econômica, se estiver falando para seus filhos sobre a necessidade de racionamento de energia, certamente fará um discurso diferente daquele que faria para jornalistas, ainda que o tema seja o mesmo. Quer dizer, o lugar social que ocupa cada um dos interlocutores nessa situação comunicativa, também definirá os aspectos do tema sobre os quais se falará, o tipo de linguagem, se o texto será mais argumentativo ou expositivo. Para os filhos, ele poderá, por exemplo, apenas dar uma ordem sobre a utilização de aparelhos elétricos, ou justificar pelo aumento do valor da conta a ser paga no final do mês e a possibilidade de corte, caso seja ultrapassada a cota possível; no entanto, para os jornalistas, muitas explicações sobre a necessidade de racionamento precisarão ser oferecidas.
Dependendo do lugar onde o texto circulará (na academia, na mídia impressa, no meio literário, na mídia televisiva, na igreja, numa sala de aula de Ensino Médio...) e do portador onde será publicado (livro, revista acadêmica, revista popular, jornal (qual jornal e qual seção desse jornal), revista de economia, panfleto, folheto de divulgação, outdoor, folder, almanaque, página da internet...) ele também terá características diferenciadas. Um artigo sobre a questão do ataque, que aconteceu no último dia 11 de setembro, aos Estados Unidos, certamente terá uma abordagem diferenciada se for publicado na seção de política de um jornal, ou na seção de fatos diversos. Da mesma forma, um artigo, sobre o mesmo assunto, ao ser publicado na seção de economia do jornal A e do jornal B, terá que ter sua linguagem adaptada ao seu interlocutor. Ou ainda, em função das restrições de espaço — de quantas linhas/colunas/caracteres — o autor poderá dispor, quer dizer, em função do tamanho do artigo, os argumentos serão selecionados e/ou descartados.
Por outro lado, dependendo da finalidade que se tiver, um texto será organizado em um gênero ou em outro. Por exemplo: se se pretender convencer os leitores de que é necessário fazer o racionamento de energia, um texto que argumente poderá ser mais eficiente do que um texto que apenas exponha o problema ou do que um texto ficcional, que conte uma história, quer dizer, um artigo de opinião ou um artigo assinado poderão ser muito mais adequados à finalidade do que uma notícia ou uma reportagem sobre o assunto ou do que um conto de fadas, considerando, evidentemente, os demais aspectos já enfocados (características possíveis do interlocutor, do portador, do lugar de circulação dos textos, papel social dos interlocutores).
Acrescente-se a todos os elementos já mencionados a época em que o texto será escrito. Falar sobre um ataque às torres do World Trade Center no caderno de economia, ou de política, ou mesmo na seção de notícias sobre o mundo, faz sentido hoje. Há um ano atrás, certamente, o lugar mais adequado seriam páginas de ficção. Falar de racionamento de energia elétrica no Brasil, por sua vez, há alguns anos foi considerado por alguns excessos de precaução, ou sensacionalismo exacerbado. Falar sobre diversidade social hoje, não é a mesma coisa que há 50 anos: muita reflexão e muito conhecimento já foi construído a respeito, possibilitando novas informações e novos argumentos para a discussão do assunto.

Em síntese, produzir um texto, oral ou escrito, supõe — ainda que não de maneira consciente — a articulação de diferentes imagens construídas sobre o contexto da situação comunicativa: sobre o interlocutor (ouvinte ou leitor), sobre o lugar social ocupado pelos interlocutores (pai, mãe, irmão, professor, tutor, aluno, presidente, vereador, jornalista, tio, avô, cantor, músico, ator...), sobre as instituições sociais nas quais o texto circulará (as econômicas e comerciais, como a FIESP, lojas, shoppings; as políticas e governamentais, como o Senado, a Presidência da República; a literária; a instituição acadêmico-científica, as instituições de saúde; de repressão; a instituição escolar e a familiar; as instituições midiáticas, como a imprensa escrita, o rádio, a televisão, a internet; as de lazer); sobre os portadores (livros, jornais, revistas, panfletos, folhetos de divulgação, por exemplo).
Estes fatores, articulados, ainda, às características do momento histórico da produção, aos objetivos colocados, quer dizer, aos efeitos que procura produzir nos interlocutores presumidos, ao gênero no qual o texto será escrito (notícia, reportagem, artigo expositivo, verbete, editorial, conto de aventura, policial, cordel, conto de fadas, conto popular, poema, letra de música, crônica, palestra, seminário, debate, classificados, entre outros), e às possibilidades de conteúdos temáticos a serem mobilizados, determinam as características do texto que será produzido: a escolha lexical, o tamanho e a complexidade das orações, a forma de relacionarmos suas partes, a utilização ou não de pronomes pessoais de primeira ou segunda pessoa, o plano global do texto, a utilização dos tempos verbais, a própria seleção dos conteúdos temáticos, a maior ou menor correção gramatical, etc. Quer dizer: quando falamos ou escrevemos, sobretudo em situações mais institucionalizadas, não falamos apenas como indivíduos isolados, sem nenhuma restrição social ou, pelo menos, não deveríamos fazê-lo. Estamos, sempre, falando de algum lugar social e assumindo algum dos papéis sociais que desempenhamos. Estamos, inevitavelmente, ao organizar a nossa fala, oferecendo pistas para que o outro construa uma imagem a nosso respeito. Sempre orientamos nosso discurso por algum objetivo, qualquer que seja ele. Ao mesmo tempo, falamos para um interlocutor que também está ocupando um determinado lugar social, desempenhando um dos seus vários papéis sociais, que também ouve/lê (ou não) o nosso discurso orientado por determinada finalidade. E essa atividade verbal sempre acontece no interior de alguma atividade social para a qual normalmente existem gêneros apropriados, com características próprias. Uma conversa de bar, por exemplo, autoriza os falantes a utilizarem uma linguagem informal, menos racional; já escrever uma resenha crítica sobre um espetáculo teatral para um jornal bem conceituado, pressupõe a utilização de critérios racionais, aceitos pela crítica em geral e pelo grupo social ao qual se dirige.

Concluindo, podemos dizer que ao produzirmos um texto — oral ou escrito — este será mais ou menos eficiente, dependendo da clareza que tenhamos sobre as imagens que temos construídas sobre todos os elementos que constituem o contexto da situação comunicativa. Muitos dos problemas que podemos vir a ter quando produzimos textos, são decorrentes de imagens inadequadas ou não aceitas socialmente, e, ainda, de um desconhecimento das características dos gêneros que devemos utilizar. Se o conhecimento e as imagens sobre situações de comunicação e gêneros do cotidiano, não-formais, portanto, são construídas ao longo da vida, à medida que vamos participando dessas interações, o mesmo não acontece com relação tanto às situações de comunicação mais formais quanto no que se refere aos gêneros nelas utilizados. É na escola, com um ensino mais formal, que a construção desse conhecimento ocorre.




:: FONTE: In Oficina Cultura 4 – Momento 1; SEE/Fundação Vanzolini. PEC – Formação Universitária; 2001.
O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DOS TEXTOS
Kátia Lomba Bräkling



Produzir um texto — por escrito ou oralmente — é uma atividade que não acontece no vazio. Ao contrário, orienta-se por todas as imagens construídas pelo produtor sobre o seu interlocutor, a finalidade colocada para o texto, o lugar social do qual falará, o gênero no qual o texto se organizará, o portador no qual o texto será publicado e o lugar no qual o texto, preferencialmente, circulará.
Todos esses elementos que constituem a situação na qual o texto é produzido influenciam, interferem, determinam as características do texto resultante do processo de produção.
Quer dizer, não falamos ou escrevemos para diferentes pessoas da mesma maneira, ainda que os assuntos sejam os mesmos; as posições que assumimos nos diferentes textos são decorrentes dos lugares de onde falamos ao produzir os textos; as finalidades dos textos que produzimos são decorrentes das necessidades derivadas dos papéis sociais que desempenhamos; os textos que escrevemos não serão os mesmos se pretendermos publicá-los em portadores diferentes; não escrevemos os mesmos textos em diferentes momentos da vida.

Quando alguém está produzindo um texto, ao escrever ou falar, de maneira consciente ou não, orienta a sua produção para a imagem que tem construída sobre o seu interlocutor. Quer dizer, selecionará o tipo de linguagem, o conteúdo, os aspectos do conteúdo mais relevantes, por exemplo, em função dos conhecimentos que acreditar que seu interlocutor possui sobre o assunto e sobre linguagem, em função da relação estabelecida entre ambos — de maior ou menor familiaridade, em função da finalidade que está colocada para o texto. Um especialista em política econômica, por exemplo, poderá fazer uma palestra sobre o mesmo assunto para operários de uma montadora de automóveis e para economistas. No entanto, o texto dessa palestra, certamente, não será o mesmo (pelo menos, não deveria): para os operários, a linguagem não deverá prever a presença marcante do jargão da economia (ao contrário da palestra para os economistas); os conceitos da área envolvidos na exposição serão mais bem explicitados para os operários do que para os economistas (que, em tese, os dominam); os aspectos selecionados serão os mais relacionados com as áreas de atuação de cada segmento; a exemplificação — que, certamente, será diferente no que se refere aos pontos selecionados merecedores de exemplos e detalhamento — também estará mais relacionada com o trabalho desenvolvido por cada um dos segmentos.
Da mesma forma, esse texto será decorrente do lugar social que ocupa cada um dos interlocutores: o especialista em política econômica, se estiver falando para seus filhos sobre a necessidade de racionamento de energia, certamente fará um discurso diferente daquele que faria para jornalistas, ainda que o tema seja o mesmo. Quer dizer, o lugar social que ocupa cada um dos interlocutores nessa situação comunicativa, também definirá os aspectos do tema sobre os quais se falará, o tipo de linguagem, se o texto será mais argumentativo ou expositivo. Para os filhos, ele poderá, por exemplo, apenas dar uma ordem sobre a utilização de aparelhos elétricos, ou justificar pelo aumento do valor da conta a ser paga no final do mês e a possibilidade de corte, caso seja ultrapassada a cota possível; no entanto, para os jornalistas, muitas explicações sobre a necessidade de racionamento precisarão ser oferecidas.
Dependendo do lugar onde o texto circulará (na academia, na mídia impressa, no meio literário, na mídia televisiva, na igreja, numa sala de aula de Ensino Médio...) e do portador onde será publicado (livro, revista acadêmica, revista popular, jornal (qual jornal e qual seção desse jornal), revista de economia, panfleto, folheto de divulgação, outdoor, folder, almanaque, página da internet...) ele também terá características diferenciadas. Um artigo sobre a questão do ataque, que aconteceu no último dia 11 de setembro, aos Estados Unidos, certamente terá uma abordagem diferenciada se for publicado na seção de política de um jornal, ou na seção de fatos diversos. Da mesma forma, um artigo, sobre o mesmo assunto, ao ser publicado na seção de economia do jornal A e do jornal B, terá que ter sua linguagem adaptada ao seu interlocutor. Ou ainda, em função das restrições de espaço — de quantas linhas/colunas/caracteres — o autor poderá dispor, quer dizer, em função do tamanho do artigo, os argumentos serão selecionados e/ou descartados.
Por outro lado, dependendo da finalidade que se tiver, um texto será organizado em um gênero ou em outro. Por exemplo: se se pretender convencer os leitores de que é necessário fazer o racionamento de energia, um texto que argumente poderá ser mais eficiente do que um texto que apenas exponha o problema ou do que um texto ficcional, que conte uma história, quer dizer, um artigo de opinião ou um artigo assinado poderão ser muito mais adequados à finalidade do que uma notícia ou uma reportagem sobre o assunto ou do que um conto de fadas, considerando, evidentemente, os demais aspectos já enfocados (características possíveis do interlocutor, do portador, do lugar de circulação dos textos, papel social dos interlocutores).
Acrescente-se a todos os elementos já mencionados a época em que o texto será escrito. Falar sobre um ataque às torres do World Trade Center no caderno de economia, ou de política, ou mesmo na seção de notícias sobre o mundo, faz sentido hoje. Há um ano atrás, certamente, o lugar mais adequado seriam páginas de ficção. Falar de racionamento de energia elétrica no Brasil, por sua vez, há alguns anos foi considerado por alguns excessos de precaução, ou sensacionalismo exacerbado. Falar sobre diversidade social hoje, não é a mesma coisa que há 50 anos: muita reflexão e muito conhecimento já foi construído a respeito, possibilitando novas informações e novos argumentos para a discussão do assunto.

Em síntese, produzir um texto, oral ou escrito, supõe — ainda que não de maneira consciente — a articulação de diferentes imagens construídas sobre o contexto da situação comunicativa: sobre o interlocutor (ouvinte ou leitor), sobre o lugar social ocupado pelos interlocutores (pai, mãe, irmão, professor, tutor, aluno, presidente, vereador, jornalista, tio, avô, cantor, músico, ator...), sobre as instituições sociais nas quais o texto circulará (as econômicas e comerciais, como a FIESP, lojas, shoppings; as políticas e governamentais, como o Senado, a Presidência da República; a literária; a instituição acadêmico-científica, as instituições de saúde; de repressão; a instituição escolar e a familiar; as instituições midiáticas, como a imprensa escrita, o rádio, a televisão, a internet; as de lazer); sobre os portadores (livros, jornais, revistas, panfletos, folhetos de divulgação, por exemplo).
Estes fatores, articulados, ainda, às características do momento histórico da produção, aos objetivos colocados, quer dizer, aos efeitos que procura produzir nos interlocutores presumidos, ao gênero no qual o texto será escrito (notícia, reportagem, artigo expositivo, verbete, editorial, conto de aventura, policial, cordel, conto de fadas, conto popular, poema, letra de música, crônica, palestra, seminário, debate, classificados, entre outros), e às possibilidades de conteúdos temáticos a serem mobilizados, determinam as características do texto que será produzido: a escolha lexical, o tamanho e a complexidade das orações, a forma de relacionarmos suas partes, a utilização ou não de pronomes pessoais de primeira ou segunda pessoa, o plano global do texto, a utilização dos tempos verbais, a própria seleção dos conteúdos temáticos, a maior ou menor correção gramatical, etc. Quer dizer: quando falamos ou escrevemos, sobretudo em situações mais institucionalizadas, não falamos apenas como indivíduos isolados, sem nenhuma restrição social ou, pelo menos, não deveríamos fazê-lo. Estamos, sempre, falando de algum lugar social e assumindo algum dos papéis sociais que desempenhamos. Estamos, inevitavelmente, ao organizar a nossa fala, oferecendo pistas para que o outro construa uma imagem a nosso respeito. Sempre orientamos nosso discurso por algum objetivo, qualquer que seja ele. Ao mesmo tempo, falamos para um interlocutor que também está ocupando um determinado lugar social, desempenhando um dos seus vários papéis sociais, que também ouve/lê (ou não) o nosso discurso orientado por determinada finalidade. E essa atividade verbal sempre acontece no interior de alguma atividade social para a qual normalmente existem gêneros apropriados, com características próprias. Uma conversa de bar, por exemplo, autoriza os falantes a utilizarem uma linguagem informal, menos racional; já escrever uma resenha crítica sobre um espetáculo teatral para um jornal bem conceituado, pressupõe a utilização de critérios racionais, aceitos pela crítica em geral e pelo grupo social ao qual se dirige.

Concluindo, podemos dizer que ao produzirmos um texto — oral ou escrito — este será mais ou menos eficiente, dependendo da clareza que tenhamos sobre as imagens que temos construídas sobre todos os elementos que constituem o contexto da situação comunicativa. Muitos dos problemas que podemos vir a ter quando produzimos textos, são decorrentes de imagens inadequadas ou não aceitas socialmente, e, ainda, de um desconhecimento das características dos gêneros que devemos utilizar. Se o conhecimento e as imagens sobre situações de comunicação e gêneros do cotidiano, não-formais, portanto, são construídas ao longo da vida, à medida que vamos participando dessas interações, o mesmo não acontece com relação tanto às situações de comunicação mais formais quanto no que se refere aos gêneros nelas utilizados. É na escola, com um ensino mais formal, que a construção desse conhecimento ocorre.




:: FONTE: In Oficina Cultura 4 – Momento 1; SEE/Fundação Vanzolini. PEC – Formação Universitária; 2001.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009















Leilão de Jardim
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)

Cecília Meireles
Projeto Primavera
JUSTIFICATIVA: Vivenciar a alegria da estação com a presença multicolorida das flores, levando a criança a contemplar as suas maravilhas e o bem-estar que a convivência da natureza proporciona.

OBJETIVOS:
Trabalhar a percepção tátil, a coordenação motora fina e grossa, as linhas, as cores, os aromas, as medidas, os numerais, formas, texturas e as conseqüências.
Despertar o interesse pela preservação do meio ambiente, assim como as formas de vida e sua sobrevivência.
Observar o meio natural (Fotossíntese), desenvolvendo a curiosidade e a prática investigativa de cada criança.

CONTEÚDO:
Atividades orais e escritas;
Plantio de diferentes mudas;
Floreira;
Jogos: Quebra Cabeça, Jogo da Memória, Dominó e Bingo de Flores;
Brincadeiras;
Músicas e Danças;
Móbiles;
Culinária (apresentação de chá);
Pinturas, Dobraduras e Recortes;
Matérias recicláveis (sucatas);
Histórias com fantoches;
Confecção de livros;
Técnicas de pintura;
Máscaras de flores trabalhadas;
Argila;
Massinha de modelar;
Confecção de esculturas em flores;
Painéis;
Parlendas; Contos; Adivinhas; Trava-língua; Poemas; Rimas;
Exposição de telas – Juscelino Soares (Girassol);
Passeio à floricultura – Rosa de Sharon.

MATERIAS UTILIZADOS:
Papéis (sulfite, cartolina, color set, jornal, bubina, crepom, laminado).
Palitos de churrasco; Garfinhos de madeira.
Sucatas (garrafa pet de diferentes cores e tamanhos; tampinhas de plásticos).
Tesoura com ponta arredondada, cola branca e colorida, lápis de cor, giz de cera, giz de lousa, régua, gliter.
Agulha de costura, fio de náilon, barbante, fita adesiva transparente, botão, pincel, E.V.A. tela.
Sementes e mudas.

CULMINÂNCIA: Exposição da mini floricultura (natural e artificial), degustação de chá.

AVALIAÇÃO: Avaliação continua; Coletivo: plantações e passeio; Grupos: (meninos/meninas), atividades desenvolvidas em sala de aula.

BIBLIOGRAFIA:
- Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - Ministério da Educação e Deporto. Brasília, 1998.
- Revista Nova Escola – Setembro 2006.
- Revista: Guia Pratico para Professoras da Educação Infantil.
- Projetos Escolares – Educação Infantil.

- Com a voz da Eliana tem a música Primavera e também um pout-pourri das canções a Cigarra e a Formiga, As Estações, e Lá vem o Sol. ( Algumas crianças podem estar vestidas com asas de borboletas confeccionadas por elas próprias e outras com flores )

- No CD Arca de Noé tem uma linda canção denominada Girassol cantada pela Jane Duboc - também é uma opção. ( Uma coreografia com os alunos vestidos de girassol )

- A montagem de um painel da seguinte maneira: cada dia um elemento da natureza: flor, uma arara, uma borboleta e assim sucessivamente... todos os alunos executam o trabalho artistico e cada dia um irá para o painel. Se for possível, associar uma música a cada elemento que for exposto. Importante que haja a participação de todos os alunos.

- Lembrancinha: Um copinho de gelatina ou de refrigerante recheado de jujubas com uma plaquinha em forma de flor desejando feliz primavera - é simpático e as crianças amam.

- Plantar sementes de flores na escola e dar de lembrança um vasinho pequeno com um saquinho de terra e flores para as criancas montarem como pais em casa também.

- Para os maiores: O dia que marca o início da primavera é muito especial. A duração do dia, parte clara, e da noite é a mesma. A partir dai as noites serão cada vez menores e o clima se torna mais quente. Observar pode ser uma atividade interessante.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

GESTAR II - CACHOEIRAS DE MACACU / RJ

Professora Formadora: Maily Anne C. Torres Fraga

UNIDADE 15- “ Mergulho no texto”

Seção 1: Por que e para que perguntar.
Seção 2: Como chegar à estrutura do texto?
Seção 3: Quando queremos aprender.

OBJETIVOS:
1- Conhecer as várias funções e formas das perguntas, na ajuda à leitura do aluno;
2- Utilizar procedimentos que levem à determinação da estrutura do texto.
3- Utilizar procedimentos adequados para atingir o objetivo de ler para aprender.

OBSERVAÇÕES: “A leitura nem sempre é um prazer, ou uma viagem, ou mágica. A leitura implica esforço, aprendizagem nem sempre muito fácil, disposição. Afinal, ler e escrever são experiências conquistadas pelo trabalho, que pode, sim ser compensador e tornar-se prazer, alegria, viagem (...) como querem os anúncios sedutores.
A leitura é sempre um meio. Lemos sempre para alguma coisa: para saber mais, para nos alegrar, ela é sempre uma forma de nos entendermos e de nos situarmos no mundo do universo familiar ao mais amplo”.

PASSOS PARA UMA BOA LEITURA:

1-Ajudar o aluno a interrogar-se;

Tipos de perguntas:
a- Perguntas claras e diretamente apresentadas no texto;
b- Perguntas que propiciem inferências;
c- Perguntas que pedem do leitor uma resposta pessoal, baseada em seus valores.
d- Perguntas que dizem respeito ao gosto pessoal, preferências e aversões. Obs: “gosto” é diferente de “ideologia”
e- Perguntas que levam o leitor a relacionar o texto a outros textos.

“As perguntas deverão estar de acordo com o conhecimento de mundo do aluno”.

2-Estabelecendo a estrutura do texto lido:

a- Deve-se depreender o texto para se chegar a uma compreensão global.
b- Criar frases que sintetizem a idéia do parágrafo;
c- Observar os elementos que estabelecem o encaminhamento do pensamento do autor: Assim, desse modo, por isso no entanto, etc.
d- Reestruturar as frases do texto com uma lógica;
e- Reconhecer dados impertinentes, que não são tão incomuns;
f- Retirar o título.

3-Ler para aprender:

1- 1ª leitura;
2- Leitura compreensiva ( anotando, usando o dicionário);
3- Sublinhar idéias . Obs: Não sublinhar exemplos, repetições, etc.
4- Marcar os termos de relação entre as idéias;
5- Retirar as marcas para o que já se compreendeu;
6- Indicar a idéia central de cada parte do texto.
7- Fazer um resumo.




UNIDADE 16 – A PRODUÇÃO TEXTUAL- CRENÇAS, TEORIAS E FAZERES.

Seção 1 - Escrita, crenças e teorias.
Seção 2 - O ensino da escrita como prática comunicativa.
Seção 3 - A escrita e seu desenvolvimento comunicativo.

OBJETIVOS:

1- Identificar crenças e teorias que subjazem às práticas de ensino da escrita;
2- Relacionar as práticas comunicativas com o desenvolvimento e o ensino da escrita como processo;
3- Identificar dimensões das situações sociocomunicativas que auxiliam no planejamento e na avaliação de atividades de escrita.


HIPÓTESES QUE INFLUENCIAM A PEDAGOGIA DA ESCRITA:

1- A escrita é uma transcrição da fala;
2- Só se escreve utilizando a norma padrão;
3- Todo bom leitor é um escritor;
4- Na escola escreve-se para produzir textos narrativos, descritivos e dissertativos.
5- Para se escrever bem é preciso ter dom.


OBSERVAÇÕES:
Ø Para desenvolver a escrita precisamos ensiná-la e praticá-la;
Ø Leitura e escrita estão interligadas;
Ø Com o desenvolvimento da sociedade, novas necessidades comunicativas surgiram e os alunos têm que ser expostos a diferentes gêneros durante seu aprendizado;
Ø Na escola, os alunos também praticam gêneros para comunicação imediata e para o cumprimento de tarefas do dia a dia, relacionadas à escrita não ficcional;
Ø A escrita é compreendida como uma linguagem em si que está relacionada, intrinsecamente, às práticas orais e de leitura. Passa a ser vista com uma transcrição da fala apenas nos primeiros momentos do seu aprendizado e desenvolvimento e em algumas outras situações.
Ø Tanto os aspectos de ensino-aprendizagem da escrita como o aspecto da organização das atividades devem considerar o desenvolvimento da escrita como atividade comunicativa;
Ø O ensino da escrita está diretamente relacionado com as situações sociocomunicativas.

DIMENSÕES DA SITUAÇÃO SOCIOCOMUNICATIVA COMO PARÂMETROS PARA O PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES DE ESCRITA:

Ø Consciência da audiência;
Ø Relevância do conteúdo;
Ø Seqüência da informação;
Ø Nível de formalidade;
Ø Função da comunicação
Ø Convenção (formato do documento).


“A leitura é uma prática necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento da escrita: Aprende-se a escrever, escrevendo”.
TP4 - UNIDADE 13
LEITURA, ESCRITA e CULTURA

Surgimento da escrita

Importante:
A escrita passou a desempenhar funções diferentes da oralidade e transformou a forma de nos comunicarmos e aprendermos em três instâncias básicas:
*Ampliou a potencialidade de nossa memória;
*Possibilitou a comunicação a distância;
*Tornou-se um instrumento de poder.

Seção 1: O letramento;
Seção 2: Letramento e diversidade cultural;
Seção 3: Conhecimento prévio e a atividade de leitura e escrita.

Objetivos:
1- Refletir sobre os usos e as funções da escrita nas práticas do cotidiano.
2- Relacionar o letramento com as práticas de cultura local.
3- Produzir atividades de preparação da escrita, considerando a cultura local, a regional e a nacional.

OBSERVAÇÕES :

“O aprendizado e o desenvolvimento da leitura e da escrita ocorrem parte no cotidiano, no nosso dia-a-dia, e parte por meio de atividades sistemáticas na escola, com a utilização de reflexões sobre as práticas de nossa cultura e de outras culturas.”

“Quando tratamos da escrita a partir de perspectiva do letramento, temos que considerar o papel / a função que exerce na comunidade. As formas em que se apresenta em nossa cidade, os gêneros textuais que são preferidos pela comunidade e como podemos fazer da cultura local, das tradições, ferramentas para serem utilizadas como base para construção do conhecimento escrito, isto é, para a construção de diferentes experiências escritas de situações sociocomunicativas diversas em sala de aula (...).”


“(...) O processo de letramento é constituído por prática e eventos relacionados ao uso, a função e impacto da escrita na sociedade (...).”


TP4 - UNIDADE 14

O PROCESSO DA LEITURA

Seção 1: Onde está o significado do texto?
Seção 2: Os objetivos da leitura: Expectativas e escolhas de textos.
Seção 3: Conhecimentos prévios interferem na produção de significado do texto?

Objetivos:

1- Reconhecer texto e leitor como criadores de significados;
2- Relacionar objetivos com diferentes textos e significados de leitura;
3- Conhecer a amplitude e o papel do conhecimento prévio da leitura.


IMPORTANTE:

“A compreensão da leitura como produção de significado implica determinadas posições e procedimentos (...). Devemos ter em mente que a compreensão do texto é uma construção do leitor, a partir de sua história, mas tendo obrigatoriamente por base as marcas desse texto, que nunca é completamente fechado a interpretações.



Exemplo de como trabalhsr o letramento